Hoje eu decidi postar algo de minha autoria. Tratá-se de um conto romântico, cheia de suspense e um pouco trágico.
Eu a criei, há alguns anos atrás e somente poucas pessoas leram. Foram algumas delas que me incentivou a postar aqui. Irei postar aos poucos, pois ela é um pouco longa.
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Chamo-me Suzana,
tenho 20 anos e em toda minha vida eu nunca pensei em meu futuro e na minha
morte, até porque uma garota como eu não tem motivos para pensar sobre isso.
Mas sinto que nesses últimos dias tenho pensado mais, acho que é porque quando
se descobre a nossa maior fraqueza, nos tornamos vulneráveis, até mesmo para
uma EXTERMINDADORA como eu.
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Sou órfã desde
os meus dois anos de idade, fui criada num internato desde então, nunca soube
exatamente como os meus pais morreram, até o dia que meu tio me tirou daquele
lugar aos 14 anos e me esclareceu tudo.
Tudo começou
quando eu nasci, eu nasci especial, com certo dom especial. Todos nós temos um
dom, um talento maior, mas existem talentos que se não for usado com sabedoria,
pode torna-se perigoso. Eu sou uma exterminadora de vampiros. Vocês podem até
me achar maluca, afinal vampiros é uma lenda, mas posso garantir que eles
existem sim e são seres malignos.
Bem, como disse
anteriormente, sou uma exterminadora de vampiros, herdei de meu pai esse dom
fantástico, minha mãe era uma cientista que buscava uma cura para esse mal. O
único mal é que eles morreram assassinados por um vampiro que eu terei o prazer
de exterminar.
Meu tio me ensinou em como ser uma
excelente exterminadora no qual envolve habilidades como agilidade, rapidez,
inteligência e destreza. Meu tio me preparou até os meus 18 anos.
Não acabei com muitos vampiros em dois
anos, no máximo uns 30. E até hoje não encontrei o culpado da morte dos meus
pais.
Há pouco tempo, decidi, dá um tempo a mim mesma, então
aceitei a oferta de minha amiga Mary para viajar para um lugar tranqüilo, longe
da agitação da cidade. Logo, fomos, eu, Mary e Beatriz para um sitio em Ilha Grande.
Eu
não esperava que lá encontraria o maior de todos os meus desafios como
exterminadora.
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Chegamos lá, já era noite, umas 19h.
Tivemos que encomendar um barco para atracarmos próximo ao sítio, pois este
ficava a oeste da ilha, e não no centro. O sitio tinha tudo que precisamos:
estadia, praia praticamente deserta e cachoeira.
No dia seguinte, decidi ir à praia com
Mary e Beatriz, para a nossa surpresa não éramos as únicas, tinha mais um grupo
de pessoas. Então perguntei a Mary:
__ Quem são aquelas pessoas? Não parecem
serem daqui.
E ela me respondeu:
__ E não são. O mais velho deles é o
dono do sitio vizinho do nosso, eles quase nem aparecem. Até achei que o sitio
estava abandonado.
E Beatriz disse:
__ Eles são um gatos! Não acha Susana?
E eu respondi:
__É...
O bom de ter o dom que eu tenho é saber
reconhecer e diferenciar humanos de vampiros. Vampiros geralmente tem um certo
brilho diferente conforme passa, deixando pegadas fluorescente. Somente
exterminadores como eu são capazes de enxergar esse brilho, devido ao dom que
recebemos. E essas “pessoas” que estão na praia, com certeza não são humanas.
Beatriz então diz afobada:
__ Eles estão vindo para cá!
Mary diz:
__ Só 2 deles, o dono e a esposa estão
indo em outra direção.
A vantagem também de ser exterminadora é
que os vampiros não sabem quem nós somos.
Os dois vampiros se aproximaram e um
deles falou:
__ Bom dia garotas, me chamo Jeff.
Beatriz ainda afobada disse:
__ Sou Beatriz, e elas são Suzana e Mary.
– disse apontando para nós.
A desvantagem de ser exterminadora, pois
nós somos como qualquer outro ser humano normal, apenas sabemos diferenciar
humanos de vampiros. Já os vampiros não morrem com tanta facilidade (e nem de
velhice), eles são ágeis e rápidos, enxergam a distancia de quilômetros e são
bem fortes. Eles só morrem com uma estaca de madeira no coração. Mas é claro
que matar um vampiro assim é bem difícil, então eu tenho minha arma própria que
meu pai desenvolveu quando ainda estava vivo, essa arma atinge a distancias e
não é necessariamente de madeira. Ainda bem que tem dado muito certo, mas em
todo caso, eu tenho também um arco e fecha.
O outro vampiro então disse:
__ Olá, sou Henry.
Acho que eles ficaram um tanto
incomodados comigo, pois eu era a única séria e os olhava penetrante. Na
verdade, a minha intenção era saber as intenções deles, só que foi em vão. Só
consegui deixá-los desconfiados. Droga!
Foi quando Jeff disse:
__ Vocês gostam de festas?
Beatriz respondeu:
__ Adoramos!
E ele continuou:
__ Nós vamos dar uma festa, hoje à
noite, se quiserem ir vai ser um prazer ter vocês como convidadas.
Beatriz toda sorridente disse:
__ É claro que vamos! Não é mesmo
meninas?
Mary disse:
__ É... acho que vai ser legal!
Reparei que todos esperavam pela minha
resposta e foi que eu disse:
__ Eu não sei...Vou pensar.
“Não vou entrar na toca de vampiros”
Foi quando Henry pegou minha mão e
disse:
__ Vai ser muito divertido ter você por
lá, suze!
Tirei minha mão na dele e retruquei:
__ É SUSANA!
Jeff ainda sorrindo disse:
__ Quero ver vocês lá hein!
E eles se foram!
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Eu não acredito
que estou aqui, realmente não acredito. Mas foi impossível convencer a Beatriz
de não vim nessa festa estúpida. Mary não pode vim porque estava enjoada, como
sempre, ela não agüenta um dia de lanche e praia depois. Menos mal, menos uma
pessoa para eu me preocupar.
Que bom que
nessa festa os únicos vampiros são a família Stuart: Jeff, Henry e seus pais,
cujo ainda não sei os nomes.
Beatriz animada
diz:
__ Nossa! Está
muito animada essa festa! Mas cadê o Jeff?
__ Estou aqui –
Ele aparece atrás dela e diz __ Venha dançar comigo!
Observo os dois
indo para a pista de dança e me dirijo há um sofá próximo. Fico observando os
dois, qualquer movimento suspeita, tenho comigo uma arma de bolsa, não é tão
eficiente quanto à outra, mas vai servi. Eu teria que me aproximar mais, o que
seria mais perigoso, mas pela a minha amiga, estou disposta a correr esse
risco.
Estava pensando
nisso quando Henry ao meu lado diz:
__ Porque está
olhando tanto para eles? Por acaso se interessou pelo o meu irmão ao invés de
mim?
Dou um sorriso
amarelo para ele e digo:
__ Só estou
preocupada com a minha amiga.
Nossa eu nem
tinha reparado quando ele sentou do meu lado.
Ele me olha
confuso e eu completo:
__ Beatriz está
no principio da diabete, o pior é que ela adora doces e bebidas. Sua médica
disse que se ela continuar assim pode se agravar. E como ela já bebeu demais
por hoje...
Não é nada
verdade sobre o que eu disse, mas sei que vampiros preferem sangue saudável.
Eles não gostam de sangue alcoolizado, muito menos sangue ruim.
E ele respondeu:
__ Ah... Mas ela
não parece bêbada.
__ É porque ela
disfarça muito bem, aprendeu a fazer isso para enganar parentes e amigos.
Alguns segundos
de silencio e eu digo:
__ Ah! Quase me
esqueci! Diga ao seu irmão que se ele quiser transar com a minha amiga é melhor
ele não se esquecer da camisinha, sabe... ela tem AIDS. Mas não diga a ela nada
sobre isso, ok?
__ Mas ela não
sabe?
__ Não, o vírus não
se manifestou no corpo dela e como nós somos amigas de infância, os pais dela
me contou e me pediram para ficar de olho nela. Sabe... quando ela se embebeda
demais e sai com um cara, acaba esquecendo de usar a camisinha.
Acho que
realmente o assustei com essa história, ele me olhava espantando. Ao menos
posso ter mais garantia que eles não tentaram nada contra ela, quanto a mim, eu
sempre me viro.
Eu estava
gargalhando no meu intimo!Ah... se a Bia soubesse disso!
Jeff e Bia
pararam de dançar e foram até onde nós estávamos.
Henry pediu para
falar a sós com Jeff e quando eles se afastaram eu dava gargalhadas.
Bia estranha
essa minha reação e pergunta:
__ O que deu em
você?
Eu respondo:
__ Essa festa
está um máximo, ainda bem que eu te ouvi.
Ela sorriu satisfeita
com o que fizera e poucos minutos depois eles voltaram, Jeff voltou mais sério
e Bia correu e puxou os braços dele de volta para a pista de dança.
No fim da festa,
percebi que Beatriz estava muito triste, então quando chegamos em casa eu
perguntei:
__ O que houve?
Porque essa cara tão abatida?
Ela me olhou
triste e seguiu em direção ao seu quarto.
No dia seguinte,
Mary, Beatriz e eu, fomos à praia novamente. Beatriz ainda permanecia abatida.
Afinal o que aconteceu com ela? Será que foi algo que eu disse?
Estávamos
deitadas em nossas cangas, quando de repente alguém tampa o meu sol, abro os
olhos e vejo Henry, ele sorri e diz:
__ você está
belíssima!
Parece que outro
quer morder meu pescoço, apenas sorrio e digo:
__ Obrigada
Ele então
pergunta:
__ Que tal uma
volta comigo?
Não sei o que
deu em mim, mas sinto meus lábios dizendo:
__ Está bem.
Ele me ajuda a
levantar e seguimos para a beira do mar.
Estávamos
caminhando quando ele pergunta:
__ gostou da
festa ontem?
__ Foi razoável.
__ Hum...
Percebi que sua amiga está triste, sabe o que aconteceu?
__ Não faço
idéia.
__ Talvez seja
porque meu irmão deu um fora nela.
“Graças a Deus!”
E digo:
__ Seu irmão?
Mas por quê?
__ Talvez tenha
sido sobre algo que eu disse a ele, algo que você me disse para falar.
__Hum... Mas foi
por isso que ele a abandonou?
“Meu plano deu
certo.”
Ele dá um
sorriso torto e diz:
__ Meu irmão é
meio neurótico com essas coisas.
“Que bom.”
Ficamos em
silencio por um tempo até ele dizer:
__ Porque você é
tão séria? Ou isso é só comigo?
__ E porque você
sempre acha que a coisa é com você?
Ele ficou em
silencio durante alguns segundos e respondeu:
__ Talvez seja
pelo o modo de como você me olhou na primeira vez que nos encontramos.
__ E como eu o
olhei?
__ Um jeito meio
perverso... ou espantada... não sei, mas parecia que você estava tentando ler
meus pensamentos.
__ É que eu
tenho receio a estranhos.
__ Mas o
conhecido só passa ser conhecido depois de um tempo, até antes era estranho.
__É você tem
razão. A questão é que eu fiquei surpresa ao encontrar mais gente na praia,
Mary havia me dito que era uma praia deserta, só freqüentava moradores.
__ Aquele sitio
vizinho pertence a minha família.
__ Mary achou
que estava abandonada.
__ É porque
minha família viaja muito.
Houve mais uns
momentos de silencio, até ele quebrar:
__ Porque você
sempre tem respostas concretas?
__ Eu sou assim
– sorri tímida
“Afinal o que
está acontecendo comigo?”
__ Eu gosto
disse – ele disse – Gosto de sua franqueza.
O olhei curiosa
e ele continuou:
__ Você é sempre
sincera no que fala, eu gosto disso.
Fiquei feliz em
ouvir isso, até porque ninguém nunca me disse isso com tanta ênfase.
“Mas afinal o
que está acontecendo comigo? Porque estou agindo feita louca?”
Tentei disfarça
a minha vergonha, olhei para o relógio e percebi que já era tarde. Então disse
a ele:
__ Desculpa
Henry, mas já está tarde tenho que ir.
E me virei de
costas para ele, ele segurou meus braços e fez com que eu olhasse diretamente
para ele. Se eu estivesse num dia normal e um vampiro tocasse em mim, no mínimo
eu iria fazer alguma coisa, mas como hoje não era um dia normal eu só fiquei
surpresa e encarei-o. “Será que ele ousaria chupar meu sangue em pleno dia?
Geralmente vampiros preferem a noite.” Olhei em volta e vi que estávamos a sós.
Ele segurou minha
cintura com força. Eu estava com medo, tinha quase toda certeza de que ele
chuparia todo o meu sangue, mas ao invés disso, ele me beijou com força, mas
ardente.
Quando ele me
soltou, eu estava estupefata. Como um vampiro beijaria uma humana? Sentido o seu
sangue o seu cheiro. Realmente inacreditável.
Ele sorriu e
disse:
__ Até mais!
Apenas isso, mas
nada, nenhuma explicação. Mas porque ele me deveria uma explicação se ele nem
sabe que sou uma exterminadora de vampiros, uma assassina da espécie dele?
Fui embora
cambaleando para casa.
Fiquei o
restante do dia pensando naquele beijo roubado. Mas afinal o que está
acontecendo comigo? Eu não posso gostar de um vampiro! É contra a minha
natureza!
E porque ele não
me mordeu? Ele teve a chance perfeita para aquilo, não para o beijo. Ao menos
que a intenção dele era realmente me beijar. Mas por quê? Vampiros não se
apaixonam, são seres maléficos que gostam de sugar o sangue das pessoas, são umas
sanguessugas. Pode ser que ele queira primeiro ter a minha confiança para
depois beber o meu sangue. Com certeza é isso, não existe outra explicação
lógica. Se for realmente isso, esse vampiro é o dá pior espécie que já
encontrei.
Mas, tudo bem,
amanha eu vou cortar esse mal pela raiz. Vou fazer o que manda o meu dom:
EXTERMINAR.

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